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Taurus prepara o lançamento de novas armas táticas para ocupar nichos mundiais

Publicado em: 01/09/2021

Em virtude do sucesso que suas armas táticas da linha TSeries estão alcançando no Brasil e no mundo, a multinacional brasileira Taurus Armas S.A. está preparando o lançamento de uma nova gama de fuzis em vários calibres e tamanhos de cano, de uma submetralhadora compacta e de um rifle de ferrolho para ocupar importantes nichos mercadológicos mundiais, podendo oferecer assim um portfólio capaz de atender as mais diversas necessidades das forças armadas e de segurança do planeta, além dos civis aficionados por esses tipos de armamento.

Fuzil T4 no calibre .300 AAC Blackout
O fuzil T4 no calibre .300 AAC Blackout é uma das grandes novidades que a Taurus traz aos mercados nacional e internacional neste segundo semestre.
 
A arma já está homologada pelo Exército e estará disponível aos mercados civil, militar e de segurança em versões com canos de 7.5, 9, 11.5 e 14 polegadas, sendo que os dois primeiros também estarão disponíveis no calibre 5.56mm, como já ocorre com os dois últimos. No Brasil, a novidade será lançada ainda em 2021, mas a munição só estará disponível a partir de janeiro de 2022, haja vista a escassez mundial deste produto.


Novos T-4 no calibre .300 Blackout com acabamento em Cerakote 


O calibre .300, também conhecido como 7.62 x 35mm, é um cartucho intermediário desenvolvido nos Estados Unidos pela Advanced Armament Corporation (AAC) para uso na carabina M4. Seu objetivo é atingir balística semelhante ao cartucho de 7.62 x 39mm, ou ainda mais similarmente ao cartucho 7,92 x 33mm Kurz em um AR-15. 

O Blackout foi feito para resolver alguns dos problemas da munição OTAN. O principal deles é que o calibre 5,56mm é muito barulhento para a quantidade de energia que carrega.

O .300 tem o tamanho de um 5,56mm e, praticamente, a energia de um 7,62mm, o que traz enorme vantagem em termos de peso e de volume de transporte. Ele funciona com todos os carregadores, ferrolhos e conjuntos de ferrolhos dos AR-15 atuais, e supera o 5.56mm em distâncias curtas e uso em cano curto, ao mesmo tempo em que é muito mais silencioso.

Por esses motivos táticos e técnicos, é o calibre favorito de forças especiais europeias, devido a seus benefícios em situações operacionais, sendo padrão nessas unidades do Reino Unido, Holanda e Alemanha, além dos EUA. 

Sendo assim, a Taurus acredita que os fuzis T4 em calibre .300 AAC Blackout possam vir a ser a opção mais acertada para as forças de segurança (polícias, escolta, etc.), haja vista que estas têm o uso primordial do fuzil em engajamentos à curta distância nos meios urbanos e rurais. Além disso, são mais práticos e mais leves para o transporte em viaturas, por exemplo.

Para as forças militares, além das unidades de operações especiais, o T4 em calibre .300 é ideal para uso no combate aproximado (CQB - close quarter battle) pelas tropas de Infantaria, como no caso das unidades de fronteira da Índia, por exemplo. Em suas versões de cano mais curto, pode ser utilizado também por aviadores e marinheiros militares, dado aos pequenos tamanho e peso, como arma de defesa pessoal ou de grupos menores, além da tradicional pistola.

No entanto, o .300 Blackout não é reservado apenas para uso em combate. Os caçadores também utilizam essa munição com grande efeito, embora não para tiros de longo alcance. Em situações de curta distância, ela pode substituir uma espingarda, devido ao forte impacto que tem.

T4 no calibre .300

 


Fuzil T4 
no calibre 7,62 x 39mm
Visando o mercado da Índia, de países do Leste Europeu (antigo Pacto de Varsóvia) e outros situados na Ásia, Oriente Médio e África que utilizam o calibre 7,62 x 39mm, a Taurus está desenvolvendo um fuzil T4 nesse calibre.

Será produzido com protocolo militar e com cano nos cumprimentos de 20, 16 e 11,5 polegadas, podendo assim, de acordo com o tamanho, ser empregado como fuzil de assalto (16 e 20 polegadas) ou como carabina CQB (11,5 polegadas). 

Dentro do projeto de modernização de suas Forças Armadas, a Índia passará a contar com dois calibres padrão de fuzis de assalto: 7,62 x 51mm (NATO) e 7,62 x 39mm (URSS). O primeiro é usado pelo  fuzil americano SIG Sauer 716 G2 Patrol com cano de 16 polegadas, do qual já foram compradas 144.000 unidades, em caráter emergencial, para ser usadas pelas tropas indianas nas operações de contraterrorismo e nas operações da linha de frente fronteiriça, chamada de Linha de Controle (Line of Control, LoC). O restante das forças armadas indianas será suprido, em princípio, com os fuzis Kalashnikov AK-203 (versão mais moderna do AK-47), no calibre 7,62 x 39mm, os quais têm previsão de ser produzidos em conjunto (joint venture) pela Índia e pela Rússia na fábrica de munições Amethi.

Nesse cenário, é razoável supor que, além dos 350.000/500.000 fuzis CQB (T4, no calibre 5,56 x 45mm) que pretende vender à Índia por meio da JV com Jindal Defense, a Taurus também esteja mirando o imenso mercado indiano de fuzis de assalto nos dois calibres, especialmente por saber que o SIG é importado (e essa não é mais a ideia desse país), que a JV Jindal Taurus começará a produzir já em janeiro de 2022 e que a JV da Índia com a Rússia ainda está "patinando" em questões de preço e burocráticas.  

Fuzil T4 com cano de 7,5 polegadas

 


Fuzil T4 com guarda-mão M-LOK
Em termos de armas de fogo, o guarda-mão é uma peça especificamente concebida para permitir ao usuário segurar a parte dianteira da arma. Ele fornece uma superfície isolada termicamente para que a mão do utilizador não corra o risco de ser queimada pela temperatura do cano, que pode ficar muito quente durante uma série maior de disparos.

Além de proporcionar também uma empunhadura mais firme e facilitar a precisão do tiro, o guarda-mão pode servir ainda como uma plataforma anexa para armas secundárias (como um lançador de granadas), bem como para acessórios como bipés, luzes táticas, miras a laser, dispositivos de visão noturna e uma variedade de outros.

M-LOK (de Modular Lock) é um guarda-mão moderno que permite a fixação direta de acessórios nos pontos de montagem de slot oco. É um padrão concorrente do sistema KeyMod para substituir o onipresente trilho Picatinny em algumas aplicações. Em comparação com este último, o M-LOK  permite que o usuário tenha um guarda-mão mais fino, mais leve, mais suave e com acessórios montados apenas onde for necessário, enquanto um guarda-mão tipo trilho Picatinny normalmente terá ranhuras em todo o seu comprimento, o que o torna mais pesado, mais volumoso e com ventilação inferior do cilindro.
 
O lançamento do T4 com guarda-mão M-LOK deverá acontecer até o final deste ano.
 
AR-15 com um protetor de mão HWK M-LOK Free Float
 

Fuzil T10

Com foco na Índia e em muitos outros países que também utilizam os calibres NATO para seus fuzis de assalto,
 
a empresa está desenvolvendo o Taurus T10, um fuzil no calibre 7,62 x 51mm baseado na consagrada plataforma AR-10, o que lhe permite se beneficiar de um eventual intercâmbio de peças e acessórios com outros modelos desenvolvidos na mesma plataforma.

Fabricado com reforçado protocolo militar, o T10 é um típico fuzil de assalto com cano de 20 polegadas, que também poderá ser fabricado com um de 16 polegadas. Esta arma está sendo planejada para disputar os mercados militar e de segurança com outros fuzis similares existentes no mundo.

No caso da Índia, poderá disputar o mercado de fuzis de assalto no calibre 7,62 x 51mm, pois ainda não há nenhuma joint venture estabelecida dentro do Programa Make in Índia que esteja em condições de fabricar um fuzil com esse calibre.

Do ponto de vista logístico, seria bastante interessante a Taurus poder oferecer ao mercado militar, paramilitar e policial indiano fuzis nos mesmos calibres usados pelas forças armadas desse país, ainda mais com possibilidade de exportação para os demais países que também os adotam.

O T10 tem previsão de lançamento em 2022.

Fuzil Taurus T10

 


Rifle de ferrolho

Armas com ação de ferrolho são muito populares nas atividades civis de caça e tiro ao alvo, bem como para o uso por atiradores de elite militares (sniper), pois oferecem um excelente equilíbrio entre força, robustez, confiabilidade e precisão. Via de regra, são mais leves e têm um custo menor do que as armas de fogo semiautomáticas. Outra vantagem é poderem ser desmontadas e remontadas muito mais rápido, devido ao menor número de peças móveis.

Para ocupar um nicho no qual atualmente não está presente, a Taurus está desenvolvendo um rifle de ferrolho que estará disponível em três calibres, mediante o uso de canos rosqueados intercambiáveis: .308 Winchester, .243 Winchester e 6,5 Creedmoor. A coronha será intercambiável com o rifle Remington, proporcionando maior flexibilidade ao usuário.

No mundo civil, a nova arma terá seu uso primordial na caça de javalis e de outros animais de médio e grande porte. Já nos mercados militar e de segurança, é bastante provável que também vá disputar o segmento mundial de rifles do tipo sniper, haja vista o grande esmero que a Taurus está tendo com o seu desenvolvimento, especialmente no que se refere à precisão.

Sua previsão de lançamento é para 2022.

Protótipo do rifle de ferrolho Taurus

 

 

 

 

 

Foto Pack Sniper 1: Rifle Remington 700 VTR-5 .308 + monturas + visor +...  foto 40894
Rifle Remington 700 Target Tactical VTR-5 em calibre .308 Win, com acessórios


Submetralhadora SMG 9mm

Em desenvolvimento já há quase três anos e com previsão de lançamento para este semestre, a nova submetralhadora da Taurus no calibre 9mm (SMG é um nome provisório) promete ser uma outra arma revolucionária, com possibilidades de obter grande sucesso nos mercados militar e de segurança do Brasil e do mundo, haja vista que, conforme a empresa, será a mais compacta e mais leve (2,5Kg) submetralhadora na categoria, já saindo de fábrica dotada de supressor de ruído (silenciador), acessório para o qual a Taurus recebeu a homologação recentemente .

 

Protótipo recente da submetralhadora SMG 9mm

 

Protótipo da SMG no final de 2019

 


Protocolos de fabricação civil e militar: principais diferenças

Em virtude do uso completamente diferenciado, há significativas diferenças entre os protocolos de fabricação civil e militar.

No militar, a arma deve ser mais robusta, ou seja, deve suportar um número muito maior de tiros e, também, os estresses causados por um uso nas piores condições possíveis, devidas à poeira, lama, areia, água, temperatura, quedas, etc.

Com relação à resistência do cano, por exemplo, enquanto no protocolo civil a arma é estressada com 10 mil tiros durante seu desenvolvimento, no militar esse estresse é elevado aos 60 mil tiros.

Para se ter uma ideia, o cano de um fuzil Taurus T4, por exemplo, é fabricado para resistir até 12 mil tiros, enquanto o cano de um fuzil AR-15 americano de plataforma semelhante (M4), mas fabricado para uso civil (como a imensa maioria nos EUA), só resiste a cerca de 2/3 mil tiros.

Na Taurus, a submetralhadora SMG, o rifle de ferrolho, as pistolas TS9 e GX4, bem como todos os fuzis, foram e estão sendo desenvolvidos no protocolo militar.

Fonte: Tecnologia & Defesa-BR - WEB