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As expectativas de Barsi para a Taurus (TASA4)

Publicado em: 06/12/2023

Apesar de um ano difícil para a Taurus (TASA4), que viu uma grande redução no seu lucro nos últimos três balanços trimestrais, o megainvestidor Luiz Barsi Filho segue apostando na empresa, vislumbrando um futuro promissor para a fabricante gaúcha de armas.

Barsi conversou com o Money Times durante evento da APIMEC (Associação dos Analistas e Profissionais de Mercado de Capitais) com a Taurus, realizado nesta quarta (6), na AMTT (Armas, Munições, Tiro e Treinamento), loja conceito da empresa em São Paulo.

“Esse ano foi desafiador em virtude da [nova] legislação de armas, mas acho que o interesse econômico deve prevalecer sobre um interesse ideológico. O bom senso terá que prevalecer”, diz o maior investidor pessoa física da bolsa sobre as novas regras de vendas de armas para civis publicadas pelo governo Lula. Barsi é o maior investidor individual da fabricante gaúcha, com 7,77% das ações preferenciais da fabricante gaúcha.

No momento, o setor de armas aguarda “apenas” a regulamentação das novas regras pelo Exército e pela Polícia Federal, que saíram em julho com a publicação do decreto 11.615 — que seguiu permitindo o acesso às armas por civis da mesma forma que os últimos governos (se tratando dos CACs, principal mercado da Taurus no Brasil).

As vendas, no entanto, seguem ainda “congeladas”, pela ausência dessas portarias (que vão dar as diretrizes finais ao setor). Elas são discutidas pelos dois órgãos desde julho, à luz texto do novo decreto de armas. Uma portaria sobre os calibres permitidos e restritos já foi publicada no mês passado, e outra deverá ser publicada em breve, “desbloqueando” o mercado e liberando centenas de milhares de CACs – novos e antigos – às compras.

ndia e Arábia, os novos mercados

Barsi, que tem em sua filosofia de investimentos os fundamentos das empresas e uma visão voltada ao longo prazo, enxerga de maneira promissora os próximos passos da Taurus, citando as joint ventures da companhia e os novos mercados que ela deverá explorar. “Vejo um futuro bom, com a empresa estabelecendo novas parcerias, como a Índia, que tem população de 1,4 bilhão de pessoas”, diz.

A fabricante gaúcha tem uma de suas quatro fábricas dentro do país asiático, construída em parceria com a Jindal, player local do setor de armas. Foi no mês passado, após meses de cumprimento de burocracias locais, que a companhia recebeu a permissão do governo indiano para começar a fabricar armas. A operação deve começar no próximo mês, e a empresa irá acessar o mercado local com produtos feitos por lá.

“Se o governo conseguir implementar uma política de flexibilizar a venda de armas por lá, será um mercado potencialmente muito maior que o nosso”, afirma o megainvestidor. O processo para se obter uma arma na Índia é mais complexo que no Brasil, envolvendo muitas camadas e justificativas, o que forma um mercado tecnicamente mais restrito, mas ainda grande: o país tem hoje 12 milhões de civis com autorização para a compra de armas, 11 milhões a mais que o Brasil. “Então se apresenta com um futuro bom”, diz Barsi.

Ele também cita o memorando assinado entre a Taurus e a Scopa Defense, empresa de defesa da Arábia Saudita, no qual as companhias firmaram acordo para estudar uma fábrica no país. “Lá o mercado [da Taurus] pode ser usado para acessar todos os potenciais clientes do Oriente Médio”, diz. A Taurus já tem um escritório em Riad, capital saudita.

Se o plano for executado, a empresa planeja vender armas para vários países Conselho da Cooperação do Golfo, que inclui Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Emirados Árabes Unidos, Kuwait e Omã. “A Taurus tem uma organização e administração boa, com um presidente muito ativo, muito interessado em prosperar”, afirma.

 

Fonte: As expectativas de Barsi para a Taurus (TASA4) – Money Times

Fonte: Money Times-SP - WEB